Dois milhões e meio de pessoas nas áreas mais pobres
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Dois milhões e meio de pessoas nas áreas mais pobres
Dois milhões e meio de pessoas nas áreas mais pobres
Por Antônio Augusto
Especialistas e técnicos em urbanismo concordam: a Zona Leste paga o preço por sempre ter sido marcada pelo descaso e considerada uma cidade dentro da metrópole. As áreas mais pobres, onde habitam dois milhões e meio de pessoas, convivem com o isolamento não só em relação à cidade, mas dentro da própria região.
“A Zona Leste é pouca provida de avenidas perimetrais e espaços públicos. Parte da população que não pôde acompanhar a melhoria dos espaços mais qualificados da região, foi expulsa para a periferia. Isso causa uma cidade de péssima qualidade”, analisa o arquiteto Renato Cymbalista, coordenador da área de urbanismo do Instituto Pólis, que promove estudos e presta consultoria em políticas sociais.
Na visão do arquiteto, a consolidação das áreas mais nobres da Zona Leste, como Tatuapé, Anália Franco e Parque da Vila Formosa e os bairros que chama de “cinturão intermediário”, como Vila Maria, Matilde e Itaquera, se deu em razão da possibilidade de adesão dos habitantes aos projetos locais de desenvolvimento: “Os que não queriam sair de lá abriram oportunidades para a indústria imobiliária”. Cymbalista acredita que a Zona Leste tem várias vocações, como a de estrategicamente permitir a ligação entre o porto de Santos, a região do ABC e o aeroporto de Guarulhos: “Isso significa oportunidades para indústrias e serviços de logística”. Segundo ele, a parte esvaziada da Zona Leste necessita da intervenção de políticas públicas, como em habitação de interesse social: “A presença da USP na Zona Leste deve representar investimentos voltados para a região, com a oferta de equipamentos de apoio à comunidade”.
Sistema viário
A necessidade de modernização e adequação do sistema viário da região também foi identificada pela Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla). Cláudio Gaiarsa, assessor técnico do órgão, considera a Zona Leste um centro geográfico da metrópole: “Ela tem vocação para se comunicar com toda região metropolitana. Daí a presença lá de vários postos de distribuição que atendem ao Vale do Paraíba. Mas é preciso adequar a infra-estrutura viária”.
Gaiarsa reforça: a Prefeitura já está preparando a ligação entre as principais avenidas da região, como Radial Leste, Marechal Tito, Anhaia Melo e Sapopemba. Lembra também que a legislação de incentivo fiscal da Zona Leste, aprovada na gestão passada, deverá ser aprimorada para ganhar foco setorial: “A lei é boa, mas precisa de alguns ajustes. O incentivo fiscal serve para empresas que, de outra forma, não iriam para lá. Há demanda nesse sentido na Zona Leste. Não faltam opções de logística e mão-de-obra disponível a custo menor”.
Fonte: Diário do comércio
Por Antônio Augusto
Especialistas e técnicos em urbanismo concordam: a Zona Leste paga o preço por sempre ter sido marcada pelo descaso e considerada uma cidade dentro da metrópole. As áreas mais pobres, onde habitam dois milhões e meio de pessoas, convivem com o isolamento não só em relação à cidade, mas dentro da própria região.
“A Zona Leste é pouca provida de avenidas perimetrais e espaços públicos. Parte da população que não pôde acompanhar a melhoria dos espaços mais qualificados da região, foi expulsa para a periferia. Isso causa uma cidade de péssima qualidade”, analisa o arquiteto Renato Cymbalista, coordenador da área de urbanismo do Instituto Pólis, que promove estudos e presta consultoria em políticas sociais.
Na visão do arquiteto, a consolidação das áreas mais nobres da Zona Leste, como Tatuapé, Anália Franco e Parque da Vila Formosa e os bairros que chama de “cinturão intermediário”, como Vila Maria, Matilde e Itaquera, se deu em razão da possibilidade de adesão dos habitantes aos projetos locais de desenvolvimento: “Os que não queriam sair de lá abriram oportunidades para a indústria imobiliária”. Cymbalista acredita que a Zona Leste tem várias vocações, como a de estrategicamente permitir a ligação entre o porto de Santos, a região do ABC e o aeroporto de Guarulhos: “Isso significa oportunidades para indústrias e serviços de logística”. Segundo ele, a parte esvaziada da Zona Leste necessita da intervenção de políticas públicas, como em habitação de interesse social: “A presença da USP na Zona Leste deve representar investimentos voltados para a região, com a oferta de equipamentos de apoio à comunidade”.
Sistema viário
A necessidade de modernização e adequação do sistema viário da região também foi identificada pela Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla). Cláudio Gaiarsa, assessor técnico do órgão, considera a Zona Leste um centro geográfico da metrópole: “Ela tem vocação para se comunicar com toda região metropolitana. Daí a presença lá de vários postos de distribuição que atendem ao Vale do Paraíba. Mas é preciso adequar a infra-estrutura viária”.
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Fonte: Diário do comércio
Tomás- Convidado
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